visitas

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Memórias - Maria Isabel Bins

From: isabins
To: pilla
Sent: Tuesday, March 06, 2007 10:59 AM
Subject: Cidreira, o Paraiso perdido

Prezado jornalista:

Foi emocionante ler a tua cronica sobre Cidreira.Meu avo ara um daqueles italianos que construiu um chalé de madeira na beira da praia.Tínhamos que cobrir os cômoros com junco para o Ford ano 24 conseguir chegar na casa e antes de abrir as janela tirar a areia que se acumulava junto delas.Não tínhamos luz, nem agua gelada, nem tv.Mas éramos tão felizes!A bricadeira de dar tantas voltas na bomba d'água era incrível.O cheiro do lampião de carbureto e das velas preenchiam nossas noites povoadas de navios fantasmas.Víamos os pescadores entrarem no mar no fim da tarde e retirarem enormes curvinas.Corríamos atráz de lagartixas e sapos.Víamos as flores que nasciam nos comoros e nas poças d'agua.E sempre golfinhos vinham se exibir para nós.O vermelhão da pele, o descascar da pele e os banhos frios no chuveiro do lado de fora da casa.O prato de comida sempre no final tinha um pouco de areia que com o passar do garfo nos arrepiava.
Neste verão passamos por lá.Tirei fotos do chalé que está caindo pouco a pouco.Na frente um calçadão com música alta.Assim com voce vi minha infância enterrada.Senti na boca a areia que comia junto com os peixinhos fritos e uma boa roda de polenta.
Muito obrigado por também compartilhar com a gente tuas lembranças.
Eu e os fantasmas de minha infância agradecemos.
Abraços.

Nenhum comentário:

Postar um comentário