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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cartas - Roberto Carlos - Raul e Maria Isabel

Querido Roberto Carlos


Não é original dizer que você faz parte de nossa história. Mas faz. Há muitos anos atrás, quando morávamos todos juntos, 10 irmãos e nossa mãe, todos os fins de ano tinham gosto diferente! Nas festas de fim de ano tocava sempre o seu novo disco. Suas músicas acompanhavam os primeiros amores, as primeiras decepções, enfim nossos sentimentos de alegria e de tristeza. Cada música hoje nos lembra um determinado tempo. Tempo que não se precisava de muita coisa para se aproveita-lo em cada minuto. Não se tinha celular, nem computador com internet, não se levava televisão pro veraneio, nada disso. Bastava ter um pequeno som e seu disco novo. Minha mãe aprendia ligeira a cantarolar suas músicas e acompanhava conosco todos os programas de fim de ano na TV Globo. Depois começamos a casar. Cada um há seu tempo saia de casa. Dividíamos as coisas que tínhamos comprado em comum e na hora de dividir as fitas de seus discos muitas vezes deu confusão. Aquela eu comprei sozinha! Não colava! Os filhos e os sobrinhos nasceram. Os gostos musicais se misturaram. Mas nós, os 10 mais a mãe, continuamos a acompanhá-lo. Eu fui morar mais longe. E muitas vezes liguei para a mãe ou para algum irmão quando terminava de escutar uma música sua. São lembranças que nos vem quando lembramos – eu me lembro com saudades, daquelas velhas tardes de domingo... A emoção nos invade – quando eu estou aqui, sentindo esse momento lindo... Quando lembramos da – lady Nila, que se foi há dois anos atrás ou pensamos – debaixo dos caracóis dos seus cabelos, nosso irmão Roberto, o mais velho que morreu de repente em dezembro de 2006.
Meu irmão e companheiro Raul tivemos toda nossa adolescência marcada pela tua presença. Eu tive uma sorte danada que no primeiro show seu consegui pegar uma rosa. Naquela época confeccionei 4 velas brancas e coloquei dentro um pouquinho dela para o Raul, minha mãe, a minha e uma que enviei a minha cunhada que foi comigo.
Você não faz parte apenas de nossa historia, mas da história de todos que amam que se emocionam que respeitam o planeta e o ambiente em que vivem e que choram ao lembrar que são apenas um pedacinho deste imenso fã clube que te adoram.
Não sei se é sonho ou realidade. Não sei se este papel chegará a tuas mãos ou é mais uma esperança de meu irmão. Só sei que neste momento me sinto adolescente de novo, sentada em algum lugar do passado, escutando com ele um novo disco teu.
Amamos-te e que Deus te conserve muitos e muitos anos para trazer para nós estes sentimentos.
Com carinho, Maria Isabel e Raul.

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