O SOFÁ
Márcia Margarete comprara muitos sofás. Daqueles tantos que se sucederam, prefiro, pela destinação do primeiro. Sendo ele, uma modesta aquisição mobiliária do casal, ficaram as lembranças, incorrigíveis, não traumáticas, e talvez duma temporalidade que não deixou vazios na memória - nem tampouco, cicatrizes na alma.
Nesse primeiro sofá, descansam todos os espectros de um passado latente, nuclear. Incontinentes, eles assombram o presente, com seus devires.
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